27 novembro 2014

Children From Broken Homes

Fazendo um post enquanto ouço Enya, tamanha minha infelicidade. Só to tentando ficar calma.

* Inspira e expira *

Quero desabafar. Começando por pessoas que tem me irritado (sempre, né).

Pessoas que eu considerava  até descobrir que são machistas. Jesus eu to tão saturada que ó. Meninas que dizem coisas como "o feminismo começa depois dos 90kg" e "feminismo é falta de sexo" e o clássico "foi estuprada? se não estivesse bêbada/de roupa curta/na rua tarde/se oferecendo [?] isso não teria acontecido!" e etc etc etc. E cara, na boa, não sou obrigada, só não sou. Roleta do unfollow e se eu gostava demais de você eu só apago por que né? Eu definitivamente não sou obrigada.
Coxismo me irrita.

E o pior que tem me acometido ultimamente.

Acho que nunca realmente me abri sobre família e minhas dores de infância por que, hm, dói. Mas to tão chateada que foda-se.

Minha família (o círculo pai, mãe, madrasta, Batman etc) é uma merda. "Ain você não osama Bin Laden" cara, eu amo. E não amo. Eu me importo, basicamente. Mas não muito. E eu definitivamente não os ouço.
Uma das minhas maiores dores e frustrações na vida é justamente a sensação de abandono. Sim, eles estavam lá... Mas não estavam. E eu não gosto disso, eu me sinto sozinha há muito tempo. E ficar sozinha acaba me confortando por que minha verdades e força pra não me matar todas as vezes que senti vontade eu encontrei na solidão. Eu encontrei em mim e por mim. Então não os reconheço com carinho, me dói e me repele assustadoramente a ideia de abraçar qualquer um deles e eles retribuírem (por isso abraço meu pai, mas não deixo minha mãe me tocar. Ele ignora, ela não). Eu não quero aproximação deles, não consigo processar esse contato. A dor foi demais e eu só não quero lidar com ela, hn.
Então eu só vivo individualmente.
Quando meu pai casou de novo e a mulher dele veio morar com a gente ficou algo consideravelmente bacanazinho. Não a vejo como mãe nem nada do tipo, nem perto, mas, apesar de extremamente turbulento, era divertido. Alguém que não conviveu a vida toda comigo pra debater coisas aleatórias em casa ou pedir opinião em coisas que pais não ajudam (eu só não falo com eles).
E então em casa fica engraçado, brincadeiras e etc.
Ai eles brigam.
Ai todo mundo fica quieto e em seu canto e eu fico sozinha de novo.
É realmente horrível, de verdade. Quando você se acostuma com uma convivência e ela some. E tudo vira silêncio, tudo fica desagradável e solitário de novo. E eu me sinto mal por eles. Por que eu fico sozinha e aguento, mas ver meu pai destruindo relações continuamente e minha mãe também só me deixa ainda mais convicta de que ninguém realmente muda ou melhora. E o problema não foi ele ou ela. Foram os dois. Dois grandes culpados de personalidade forte e difícil.
E cara... Sei lá, isso me frustra num nível que mal consigo me expressar o suficiente. Por que isso inclusive mostra que não adianta nem me irritar com os dois... Por que só vai continuar. E se eu falar pra eles que estão agindo errado? Ah, quem sou eu pra dizer pra eles o que eles são?
Só acho isso meio deprimente.
Seria legal só não ter que passar por nada disso e ter uma família nuclear. Sei lá, mãe e pai convivendo em paz, juntos, gostando um do outro. Mas os meus não gostaram um do outro e mostram não serem capazes de gostar/conviver com mais ninguém por muito tempo.
Engraçado eles dizerem isso um do outro cheios de orgulho e convicção.
Sujo falando do mal lavado.
E falando isso pra mim, como se eu já não achasse isso patético o suficiente quando acontecia diretamente pelos dois no mesmo lugar e um com outro. Mesmo longe continuam a briga, passam pra mim... E não posso defender ninguém.

E ainda dizem que tá tudo bem entre eles, que eles lidam um com o outro muuuito bem.

Só queria que parasse. E é isso. sl

flw, chega de desabafo.