07 abril 2013

A vida, aquela vadia ingrata.

Sabe, eu fico pensando na vida e em como ela é estranha e pode mudar repentinamente, e percebo que ela não é algo em que se possa confiar.

Por que? Bom, é simples. Num dia você conhece uma pessoa. Vocês se apaixonam, conseguem ficar juntos e tudo é lindo, tudo é mágico. Você ama aquela pessoa com toda sua força, você faria de tudo por ela. E ela te ama também, você sabe disso. Ela cuida de você, fica do seu lado, faz de você a pessoa mais feliz do mundo. Até que tem uma briga ou outra, mas nunca nada grave. Você passa bons anos ao lado dela, e então um dia, as pequenas brigas fazem tudo virar um inferno, e as incontáveis juras de amor ao pé do ouvido são apenas um sonho distante, morno e delicado, longe da planíce gélida que é agora o seu relacionamento.
Aqueles momentos perfeitos. 
Chega num ponto que aqueles momentos deitados num gramado encarando um céu no fim da tarde deixam de ser lembrados, e tudo o que importa é toda e qualquer coisa negativa. Deixa de ser sobre cuidar, amar, dar amor e vira apenas possuir, isolar, questionar. Você quer tirar aquela pessoa do mundo por que tudo à sua volta parece uma ameaça. Qualquer um pode tirar aquela pessoa de você, e ela iria embora rindo sem se importar. Na sua cabeça, a pessoa está por um fio de te deixar. Então você se transforma num monstro possessivo e cego, que mais fere do que zela.

E então, todos os bons e iluminados momentos se tornam um nada. Menos carinho, mais brigas, menos conversas, mais ignorância, menos atenção, mais raiva. Deixa de ser bom, deixa de ser feliz. E então chega num ponto em que tudo o que era pra sempre se prova falso. Todas as expectativas são frustradas. Toda a felicidade que tiveram outrora cai e se estilhaça no chão como delicadas taças de cristal, e depois se transformam numa poeira carregada pelo vento.

As pessoas se cruzam num mercado, se veem. Olham para direções opostas, passam um pelo outro, ninguém diz nada. Se encontram na rua, talvez. Também se veem. Simplesmente continuam seu caminho. Mesmo compartilhando anos de sua vida, mesmo, talvez, conhecendo um ao outro melhor do que qualquer outra pessoa, mesmo tendo um dia tido a coisa mais bonita e forte... Acabou. Pois a vida tirou isso deles.

Não é como se a vida deles acabasse, as pessoas sempre seguem em frente, encontram outras pessoas, são felizes novamente. É o fluxo da vida, afinal. Mas a confiança que a vida tira. A fé que você teve um dia de "amor é para sempre" é desfeita. E por mais que depois você queria acreditar, queira muito por na cabeça que o amor pode sim ser eterno... Você lembra que a vida te bateu na cara da última vez que acreditou nisso.

E então a insegurança se torna maior, embora o novo amor seja forte feito diamante, aquela insegurança sempre vai ficar lá... "Se cansaram de mim uma vez, vão cansar de novo..." esse tipo de pensamento, a sensação de não ser o suficiente. A vida te dá um debuff pra você levar na cabeça. A insegurança da primeira falha.

Eu tenho essa insegurança, a carrego comigo. Mas eu confio, eu acredito e vou lutar por isso. Claro que sou insegura, a vida me odeia e gosta de tirar meu biscoito e chutar meu joelho. Mas eu confio naquela pessoa, eu confio que pode dar certo. Eu acredito de verdade nisso. Eu sou o tipo de pessoa que coloca todas as fichas numa só possibilidade, por que acho ridículo tentar mais de uma. E tudo o que eu tinha está nessa. Então, quem sabe, não seja algo duradouro? Duradouro será, mas... O que impede disso seguir até perder de vista, e os bons momentos não serem algo inicial, mas algo infindável.

Eu não sou uma pessoa otimista, eu não tenho esperança, eu não acredito em "pra sempre".

Mas no momento, eu quero acreditar. Eu quero que seja verdade. Eu espero pelo melhor.

E não vou me arrepender se der errado por que não vou deixar. Vou por no da vida antes que ela ponha no meu. q


É isso ai por hoje, um pequeno desabafo sobre isso, sei lá. Só pra constar, eu estava muito pensativa hoje. Até a próxima então, fastasminhas.