Não sabia ao certo se estava em silêncio ou não. O momento
era voltado a sensações, não necessariamente à realidade. Sentia-se leve. Leve
como nunca estivera antes. Parecia que podia flutuar graças a ausência de
preocupações, de dores e ansiedades. Não tinha pressa, não tinha medo. Só se
sentia pura e confortável em si mesma, em todo aquele espaço limpo e tranquilo.
Sua mente se ocupava com simplicidades. Se ela tivesse uma
cor naquele momento, seria um azul claro, aquele azul que forra o céu por trás
das nuvens numa manhã fresca e ensolarada, com um toque delicado de lilás para
diferenciar. Era tudo tranquilo, feliz. Sua mente nunca estivera tão pacífica.
Aos poucos a noção de ter um corpo retornava, mas não de
forma comum. Ela podia sentir as próprias costas. Estavam apoiadas em algo
quente e macio, confortável e convidativo. Sentia que havia vida naquilo em que
se apoiava. Percebeu aos poucos os batimentos lentos, e sentia perto do rosto
uma respiração morna acaricia-la. Seu rosto. Percebeu que seus olhos estavam
fechados já que o hálito tocou de leve sua pálpebra. Ela estava perfeitamente
confortável.
Então pode sentir os próprios braços, que assim como suas
costas estavam em contato com algo morno e confortável. Braços, provavelmente.
Acomodavam-na perfeitamente, como se seu corpo houvesse sido montado para
encaixar perfeitamente ali, para ser envolvida calorosamente naquele lugar
perfeito.
Seus dedos estavam afastados uns dos outros. À medida que
percebia seus braços, percebeu que os braços que não lhe pertenciam
acompanharam os seus até as mãos. E seus dedos se entrelaçavam com os daquela
pessoa.
Sentia-se sonolenta naquele abraço. O tempo parecia ter
parado, congelado ali apenas para preservar a tranquilidade e equilíbrio que
havia entre eles. Tudo o que ela sabia de seu passado era que nunca antes se
sentira tão bem. De seu presente, que não queria que aquele momento tivesse um
fim. E de seu futuro... Que desejava pra sempre aquele refúgio.
Não sabia onde estavam e nem há quanto tempo estavam lá...
Mas não sabia por opção. Era irrelevante o lugar, a hora, até mesmo o século
deixava de ser importante. Só importava o momento, eles dois. Aquele calor que
os envolvia de forma tão verdadeira. Mesmo com sua mente vazia de pensamentos,
ela sabia que aquele era o seu lugar. Sua pequena utopia, seu paraíso
particular.
– Ei, vamos pro amarelo?
Disse a voz feminina que interrompeu o devaneio. Ela abriu
os olhos e reconheceu o ambiente. O corredor da faculdade, algumas pessoas passando
e conversando entre si, o barulho de cadeiras sendo arrastadas, o normal de uma
faculdade qualquer. Olhou para pessoa que os chamara e suspirou se afastando
dele lentamente, e logo se virando para encará-lo. Ele também estava sonolento.
Ajeitou o casaco jeans e ajeitou o cabelo com as duas mãos, apenas as mechas da
frente como de costume, bocejando de forma similar a um rugido de leão.
– Meh, vamos.
Ele falou no fim de seu bocejo e levantou ajeitando as
roupas. Por algum tempo a garota não se moveu, mas ele logo estendeu a mão para
ela a convidando para ir junto, o que ela faria de qualquer forma. Ergueu sua própria
mão em direção a dele e a segurou, com a certeza de que iria pra qualquer lugar
que ele se oferecesse para leva-la.
Três meses dessa sensação maravilhosa de paz, muito obrigada namorado. :3 |
Ultimate Mimimi of The Feels q
ResponderExcluir<3 <3 <3
Tchãmu, Michelle.
Também tchamo Bruno. Muito mesmo, você vale cada mi do meu mimimi. :3
Excluirmaaas que viadagem.
ResponderExcluirxD